sábado, 10 de outubro de 2009

Se conhecer e conhecer os outros

Outro dia, li um conto do Saramago que achei muito bonitinho. Recomendo a leitura. Minha mãe leu, foi o primeiro trabalho do autor que ela leu e ela gostou. Acho uma boa pedida pra quem quer conhecer os trabalhos do autor, mas ainda tem preguiça de ler um livro inteiro (que geralmente é grande!). A pesar de pequeno, encontrei duas frases que achei interessante e vou passar pra vocês. A primeira está aqui em baixo; a segunda eu não sei ainda quando vou colocar.
“Se não sais de ti, não chegas a saber quem és, O filósofo do rei, quando não tinha que fazer, ia sentar-se ao pé de mim, a ver-me passajar as peúgas dos pajens, e às vezes dava-lhe para filosofar, dizia que todo o homem é uma ilha, eu, como aquilo não era comigo, visto que sou mulher, não lhe dava importância, tu que achas. Que é necessário sair da ilha para ver a ilha, que não nos vemos se não nos saímos de nós”
O conto da ilha desconhecida
José Saramago
Interessante essa passagem. Há uns oito posts eu disse que nunca tive a certeza de quem eu era e que achava que nunca saberia (Não sei se nessas palavras, mas acho que foi algo parecido.). Pois bem, isso talvez porque eu nunca tentei sair de mim para poder me conhecer. Mas como se faz isso?
Entretanto, existe um fato que me deixa muito reflexiva; que para que eu escreva o meu livro, me coloco no lugar do narrador (no caso do meu livro atual, narradora). Ou seja, para eu conhecer melhor o personagem tento entrar nele. Quando entro no personagem eu consigo sentir o que ele está sentindo, mas será que consigo conhecê-lo? Estou te deixando confuso(a)? Provavelmente, porque eu também estou confusa!
Então vamos organizar os pensamentos:
1) Para se conhecer é preciso sair de si mesmo.
2) Para conhecer os outros é preciso estar no lugar dos outros.

Isso faz sentido? Por que no caso de se conhecer é preciso fazer uma coisa e para conhecer os outros é preciso fazer o inverso? Eu não sei!
Mas eu sei que estou no meu lugar e não me conheço. Por isso acho que para me conhecer talvez seja bom que eu saia de mim. Por outro lado, como acredito na relatividade das coisas, acredito que cada um tem uma visão de mundo diferente e por isso para entender a ação dos outros, me coloco no lugar dos mesmos.

Bom, então é isso. Espero que eu não tenha confundido a sua cabeça.

Um comentário:

  1. Só pra deixar claro, eu não tenho preguiça de ler um livro de Saramago, eu até gostaria, mas não tenho tempo.
    Tenho 11 classes como professora, 9 horas de ensaio no Polyphonia Khoros, mais 2 horas no coral do colégio de aplicação e 2 horas no coral do Hospítal Florianópolis.
    Mas o gosto pela leitura da minha filha ela herdou de mim e foi muito cultivado na infancia com todas as histórias que contei pra ela antes de dormir e em outros momentos.

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