terça-feira, 31 de agosto de 2010

Tal Como São Tomé

Olá, amigos! Sendo bem sincera com vocês, não estou postando muito porque estou estudando muito para o vestibular. Mas prometo que pelo menos uma vez por mês postarei. O texto a seguir é de um livro que eu li e adivinha? Vai cair no vestibuar. Então é até bom eu estar aqui escrevendo sobre ele em vez de escrever outras coisas. O assunto o qual o texto trata não cairá no vestibular, mas da para você que vai fazer o vestibular da UFSC este ano, conhecer um pouco o perfil de uma personagem: Hilda de “O Guarda Roupa Alemão”. Eu gostei bastante do livro. Dos que eu li até agora do vestibular da UFSC, ficou em segundo lugar da minha preferência. O primeiro é “O Filho Eterno” (Leiam, é muito, muito, muito bom meeeesmo!). Os livros que li até agora do vestibular da USP, eu só li três, mas também entrou um livro na minha lista de livros preferidos: Dom Casmurro. Os meus outros livros preferidos você pode ver na minha estante aí ao lado.

Agora voltando ao assunto da Hilda, eu a adorei. Conheça-a melhor agora:
“- Bom Jesus é Deus?
- Tudo é um só Deus.
- Como é que pode???
(...) Comecei a ver que as coisas tinham muitas faces. O Espírito Santo, o Pai e o Filho eram um só? Como?
- É um mistério, filha. Nos mistérios de Deus ninguém pode entrar.
- E depois?
- Depois o quê?
- É só acreditar.
- Acreditar? Como? Ah! Há sei. Indo para a frente, pulando de amarelinho, sem queimar o pé no risco. Mas... eu vejo o risco. O amarelinho eu desenho no chão. Meu pé está aqui? E agora?
- Ué. Você não vê Nossa Senhora no altar? Não vê São José? O Senhor dos Passos que sofreu por nós na cruz?
O problema era que Nossa Senhora não falava. Não se mexia. Não saía do lugar. São José também.
(...)Dona Orita sempre me dizia que o negócio era acreditar em tudo e não fazer como São Tomé.
Não sei por que, tinha uma simpatia danada por esse São Tomé.
- Nada disso, guria. São Tomé foi castigado só porque não quis acreditar.
- Castigado??? Por quem?
- Ora por quem. Por Deus!
- Por Deus???
O negócio era juntar castigo com Deus. Não podia. Deus não podia castigar ninguém. Ele era...
- É sim, guria. Deus castiga, sim. Ora essa. O teu pai não te castiga?
- Quem? O pai? Imagina só...”

O Guarda Roupa Alemão
Lausimar Laus

Vocês gostaram dela? Eu me identifico com ela. Ela questiona coisas do Catolicismo: Por quê adorar uma estátua que não se mexe? Ou, por que Deus nos castigaria se fizéssemos coisas erradas? Ele não é um Deus de amor? Como um Deus de amor pode fazer pessoas sofrerem? Os católicos que me desculpem, mas isso não faz sentido algum!

Outro questionamento da Hilda é como que o Pai, o Filho e o Espírito Santo pode ser uma coisa só. É algo realmente complexo. Eu nunca me perguntei isso. Na verdade, nesse sentido eu acreditava sem questionar. Mas eu questiono muitas coisas sobre religião. Minha mãe é quem sabe porque 99% dos meus questionamentos são todos para ela. Eu não exporei nenhum deles aqui porque se não iria ficar umas três horas escrevendo sem chegar a conclusão nenhuma. Uma coisa somente que me questionei justamente sobre meus questionamentos foi que Eva comeu o fruto proibido porque achava que ele lhe daria todo o conhecimento que Deus tinha. O resultado: foi banida do paraíso (Castigo de Deus ou Consequencia?). O que eu quero dizer é que Deus não gostou quando Eva o desobedeceu. E será que ele gostaria de mim, de você, de Hilda, se perguntássemos tantas coisas? Se quiséssemos ter o conhecimento que Deus tem???

Perguntei isso para minha mãe. Ela disse que não, que Deus gostava que a gente questionasse. Acho que ela nem lembra que eu perguntei isso. Faz um tempão.

Bom, Platão dizia que o objetivo que todo filósofo deveria ter é tentar se igualar a Deus na questão do conhecimento. Pode ser que Platão estivesse errado. E pode ser que ele fosse até prepotente ao pensar isso, mas eu, com os meus questionamentos filosóficos, estou na mesma posição que Platão. E se Platão estava errado, quem sou eu para ser melhor que ele?