quinta-feira, 21 de março de 2013

A lua


Feliz é a lua. Quantas pessoas não a admiraram? Quantos casais apaixonados, compartilharam seu amor com ela? Um amor tão brilhante quanto ela? O sol não é tão feliz. Todos os dias, ele dá dois espetáculos: ao acordar e ao ir dormir. Mas ninguém olha. Ninguém olha seu brilho, ninguém olha as cores que ele pinta no céu todas as manhãs e todos os fins de tarde. Estão dormindo, trabalhando, ou no trânsito de volta pra casa. Depois vem a lua. Aí todos já estão em casa, jantando. Talvez alguns não olhem para a lua também, mas ainda existem outros que a observam. Às vezes ela se esconde, às vezes ela se exibe. E essa é a meiguice dela. Fica tímida às vezes. O sol não. O sol se mostraria todas as vezes, não fosse a chuva. A chuva é a mesma sempre. Pouca ou muita, sempre molha. Sempre traz felicidade ou tristeza. Alívio ou melancolia. Bênção ou raiva. Mas é sempre a mesma. A que molha o sertão e a roupa no varal. A lua é inconstante. Mulher de fases. Rouba o brilho do sol e ainda é digna de poemas. De casais apaixonados. Ainda o sol a ama e compartilha seu brilho com ela. E assim, de noite, todos vemos o brilho dele nela. O brilho dela, o brilho dele. O brilho dos dois juntos. E talvez seja por isso que ela é tão bonita. Ela tem os dois em si. Ela reflete o amor. O brilho dele que sem ela ninguém vê, e o brilho dela que sem ele não se vê. 

quinta-feira, 7 de março de 2013

Numa quarta feira à noite

"Porque antes de te conhecer achava que ninguém me compreenderia melhor que o Orwell."