Dos anti-comunistas aos comunistas. Dos
anti-nazistas aos nazistas. O maior erro humano é incitar o medo e o ódio.
sábado, 27 de outubro de 2012
sexta-feira, 26 de outubro de 2012
Filosofia
Não
sei nem se nada sei. Só sei que não sei, e, portanto, penso. Se penso, existo.
Mas, por quanto tempo?
domingo, 21 de outubro de 2012
Imagem
Em se tratando de filosofia, é sempre bom voltar às origens. Dessa vez volto a Platão. Dessa vez não necessariamente por minha escolha, mas porque tive que estudá-lo novamente, agora na disciplina de Teoria do Cinema I, do meu curso. Volto novamente ao Mito da Caverna. De uma maneira ou de outra, eu sempre volto a ele. Ele significa muito para mim, e sempre posso tirar uma nova reflexão e interpretação dele. Em 2009, quando o conheci, postei "Visão de Mundo" ( http://www.yveehartt.blogspot.com.br/2009/04/visao-de-mundo.html ) baseada nele. Agora posto uma questão da minha prova de Teoria do Cinema I.
“Sócrates - Portanto, se pudessem se comunicar uns com os outros, não achas que tomariam por objetos reais as sombras que veriam?
“Sócrates - Portanto, se pudessem se comunicar uns com os outros, não achas que tomariam por objetos reais as sombras que veriam?
Glauco – É bem
possível.
Sócrates – E se
a parede do fundo da prisão provocasse eco, sempre que um dos transportadores
falasse, não julgariam ouvir a sombra que passasse diante deles?
Glauco – Sim,
por Zeus!
Sócrates – Dessa
forma, tais homens não atribuirão
realidade senão às sombras dos objetos fabricados.
Glauco – Assim
terá de ser.
Sócrates – Considera
agora o que lhes acontecerá, naturalmente, se forem libertados das suas cadeias
e curados da sua ignorância. Que se
liberte um desses prisioneiros, que seja ele obrigado a endireitar-se
imediatamente, a voltar o pescoço, a caminhar, a erguer os olhos para a luz: ao
fazer todos estes movimentos sofrerá, e o deslumbramento impedi-lo-á de
distinguir os objetos de que antes via as sombras. Que achas que responderá se
alguém lhe vier dizer que não viu até então senão fantasmas, mas que agora, mais perto da realidade e voltado para
objetos mais reais, vê com mais justeza? Se, enfim, mostrando-lhe cada uma
das coisas que passam, o obrigar, à força de perguntas, a dizer o que é? Não
achas que ficará embaraçado e que as sombras que via outrora lhe parecerão mais
verdadeiras do que os objetos que lhe mostram agora?
(...)
Sócrates – Terá,
creio eu, necessidade de se habituar a ver
os objetos da região superior. Começará
por distinguir mais facilmente as sombras; em seguida, as imagens dos homens e
dos outros objetos que se refletem nas águas; por último, os próprios objetos.
Depois disso, poderá enfrentando a claridade dos astros e da Lua, contemplar
mais facilmente, durante a noite, os corpos celestes e o próprio céu do que,
durante o dia, o Sol e a sua luz.
Glauco – Sem
dúvida.
Sócrates – Por
fim, suponho eu, será o Sol, e não as
suas imagens refletidas nas águas ou em qualquer outra coisa, mas o próprio Sol, no seu verdadeiro lugar,
que poderá ver e contemplar tal como é.
Glauco –
Necessariamente.”
(Coleção Os
Pensadores, A República – Platão, Livro VII, Páginas 226 e 227)
Na
Alegoria da Caverna, Platão mostra a passagem da Imagem para a Realidade.
Tomando a Imagem como algo irreal. A Imagem está primeiramente exemplificada
pela sombra dos objetos. Logo, ela também é exemplificada pelo reflexo dos
objetos na água. Sombras e reflexos são representações; são imagens. E quem
toma essas imagens como verdadeiras, é prisioneiro, está preso na ignorância.
Para
falar da verdade, Platão usa imagens. O diálogo do Livro VII começa
com “SÓCRATES – Agora imagina a
maneira...” (pg 225) e depois da ALEGORIA da Caverna, temos Sócrates falando:
“Agora, meu caro Glauco, é preciso aplicar ponto por ponto, esta imagem ao que dissemos atrás e comparar
ao mundo que nos cerca...” (pg 228). Pelo que vejo, a Imagem, para Platão, não
faz parte do mundo real, e é menos importante do que ele. Mas é através dela
que se pode falar do que nos cerca.
Você deve estar se perguntando porque (diacho) eu estudei Platão em Teoria do Cinema. Não é difícil pensar.
A Imagem. Ela é Representação da Realidade. É o que o Cinema é: Imagem, Representação.
Platão às vezes a coloca como enganação, mas o Cinema a a ficção não são de certa forma mentiras? E a gente não usa essas mentiras pra falar do mundo que nos cerca?
( http://www.yveehartt.blogspot.com.br/2009/02/um-escritor-conta-mentiras.html )
Você deve estar se perguntando porque (diacho) eu estudei Platão em Teoria do Cinema. Não é difícil pensar.
A Imagem. Ela é Representação da Realidade. É o que o Cinema é: Imagem, Representação.
Platão às vezes a coloca como enganação, mas o Cinema a a ficção não são de certa forma mentiras? E a gente não usa essas mentiras pra falar do mundo que nos cerca?
( http://www.yveehartt.blogspot.com.br/2009/02/um-escritor-conta-mentiras.html )
domingo, 7 de outubro de 2012
DANILO MELLO - ELA
não é uma flor de lótus que caiu num imenso rio
é
esfinge melancólica sedenta de novo brio
é
esfinge melancólica sedenta de novo brio
taciturnidade tétrica
demente
febril
voraz pássaro erótico
ardente
hostil.
demente
febril
voraz pássaro erótico
ardente
hostil.
sábado, 6 de outubro de 2012
sexta-feira, 5 de outubro de 2012
Existir
"Depois, examinando com atenção o que eu era, e vendo que podia supor que não tina corpo algum e que não havia qualquer mundo, ou qualquer lugar onde eu existisse, mas que nem por isso podia supor que não existia; e que, ao contrário, pelo fato mesmo de eu pensar em duvidar da verdade das outras coisas seguia-me mui evidente e mui certamente que eu existia; ao passo que, se apenas houvesse cessado
de pensar, embora tudo o mais que alguma vez imaginara fosse verdadeiro, já não teria qualquer razão de crer que eu tivesse existido; compreendi por aí que era uma substância cuja essência ou natureza consiste apenas no pensar, e que, para ser, não necessita de nenhum lugar, nem depende de qualquer coisa material. De sorte que esse eu, isto é, a alma, pela qual sou o que sou, é inteiramente distinta do corpo e, mesmo, que é mais fácil de conhecer do que ele, e, ainda que este nada fosse, ela não deixaria de ser tudo o que é."
O Discurso do Método, Quarta Parte, Descartes
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