sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Minha Razão de Viver




"Mas haveria castigo e sofrimento, e haveria também felicidade. Em escrever."


A Menina que Roubava Livros


Markus Zusak




Escrever é um ato cheio de dualismos. Eu tenho certeza que os maiores escritores, asssim como eu, escreviam e escrevem por necessidade de escrever. Não quero me comparar a eles, mas é o que eu sinto.


Às vezes você se depara com alguma injustiça e sente necessidade de denunciá-la a todos. Talvez essa denúncia não mude o mundo, mas pode mudar o mundo de alguém. Você pelo menos sente que fez a sua parte. E se você não escreve aquilo não sai da sua cabeça.


Às vezes eu me sinto triste e não sei porque. Vou escrever e a tristeza passa. Percebo então que a minha tristeza era porque eu estava há muito tempo sem escrever nada. Escrever vicia e dá overdose.


É ótimo ler um livro e sentir que o escritor se abriu completamente como num divã. É ótimo também escrever como se você estivesse num divã. Ser você e nada mais.


Quando eu escrevo, eu posso ser eu mesma e ao mesmo tempo eu posso ser quem eu quero. Posso ser verdadeira como também posso contar mentiras. Para escrever você não precisa estar bem vestida, você não precisa estar maquiada. Para escrever você não precisa saber fazer equações matemáticas nem saber quem foi o último eliminado do BBB (aliás, isso você nem deveria saber). Para escrever você não precisa conhecer o presidente dos Estados Unidos, não precisa ter viajado pelo mundo e não precisa saber filosofia.




Para escrever você só precisa ter coração.
















sábado, 16 de janeiro de 2010

Palavras


“Seus cretinos, pensou.
Seus cretinos encantadores.
Não me façam feliz. Por favor, não me saciem nem me deixem pensar que alguma coisa boa pode sair disso. Olhem para os meus machucados. Olhem para este arranhão. Estão vendo o arranhão dentro de mim? Estão vendo ele crescer bem diante dos meus olhos, me corroendo? Não quero ter esperança de mais nada. Não quero rezar para que Max esteja vivo e em segurança. Nem Alex Steiner.
Porque o mundo não os merece.

Arrancou uma página do livro e a rasgou ao meio.
Depois, um capítulo.
Em pouco tempo, não restava nada senão tiras de palavras, derramadas feito lixo entre suas pernas e em toda a sua volta. As palavras. Por que tinham que existir? Sem elas, não haveria nada disso. Sem as palavras, o Führer não era nada. Não haveria prisioneiros claudicantes, nem necessidade de consolo ou de truques mundanos para fazer com que nos sentíssemos melhor.
De que adiantavam as palavras?
Dessa vez ela o disse em voz alta, para a sala iluminada de laranja.
– De que servem as palavras?”

A menina que roubava livros
Markus Zusak
Eu lhe respondo, Liesel Meminguer. As palavras não valem nada se você não acredita nelas. Mas se você acredita, elas podem mudar tudo. Podem escrever uma triste história como as palavras de Hitler, mas também podem nos dar esperança como as palavras de Deus.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Direitos Humanos

Diante de tanta polêmica a respeito do Programa Nacional de Direitos Humanos do governo Lula, vim dar o meu palpite.

O Programa não agradou aos militares nem à Igreja Católica.

Não agradou aos militares, pois seria criada a Comissão Nacional da Verdade que deveria “identificar e tornar públicas as estruturas utilizadas para a prática de violações de Direitos Humanos, suas ramificações nos diversos aparelhos do Estado e em outras instâncias da sociedade” durante a Ditadura Militar.
Esse trecho foi criticado, pois em vez de “violações de Direitos Humanos” que há agora, havia “repressão política”. Com a mudança, parece que em vez de culparem só os militares, também podiam culpar os revolucionários de esquerda que também tenham “violado os Direitos Humanos”.
Ora, o presidente Lula foi o nosso primeiro presidente de esquerda depois da Ditadura. Era óbvio que culparia os militares e não os seus amigos. Parece que essa mudança está mais “correta”, mas sendo sinceros, sabemos que houve sim repressão política durante a Ditadura e sabemos que ainda há desaparecidos políticos (mesmo que a Ditadura tenha acabado em 1985!). Sabemos que essas pessoas já morreram, mas também sabemos que é um DIREITO HUMANO enterrar seus familiares mortos e as famílias têm esse dever.
Essa mudança deixou o texto mais bonito, mas a mudança que os militares realmente gostariam que acontecesse era que a Comissão Nacional da Verdade nem fosse criada. Vai ver alguns até falaram “Para quê mexer no passado? O que está feito, está feito.” Para não serem culpados pelos verdadeiros crimes que cometeram. Desculpe, militares, o que vocês querem não vai acontecer. Já chega o enorme estrago que vocês fizeram na ditadura. Vocês são os culpados por destruir a juventude revolucionária. E pelo pior capítulo da História desse país.

Quanto à Igreja Católica, o que ela defende é que sejamos preconceituosos com pessoas que fazem abortos e homossexuais. Não querem ainda que os casais homossexuais possam adotar uma criança e amá-la. Isso tudo porque o aborto e o homossexualismo “não estão nas leis de Deus”. Então se vocês se preocupam tanto com as leis de Deus, obedeçam a principal: Amar.
Parem de condenar o que vocês consideram como pecado dos outros e cuidem dos seus. Amem as pessoas e não as julguem. Ninguém tem o direito de julgar o pecado de ninguém, pois ninguém está livre deles. Ninguém tem o direito de jogar a primeira pedra, nem vocês que DEVERIAM representar Deus.
Os abortos acontecem e legaliza-los só permite que as pessoas os façam com segurança e higiene. Proibi-los faz com que as pessoas procurem lugares clandestinos onde podem pegar infecções. É isso o que vocês querem? Não deveriam querer.
Os homossexuais só querem viver as suas vidas. Se por acaso eles estão errados, só quem pode julgar é Deus e não vocês. Então os deixem em paz! Deixem que eles se amem e amem as crianças que estão em orfanatos sozinhas querendo desesperadamente amor materno/paterno.Parem de ser preconceituosos e comecem a amar os filhos de Deus, porque é isso que vocês deveriam estar fazendo.
Sobre esse assunto eu li matérias nos jornais “Folha de São Paulo” e “Estado de São Paulo”. Li também alguns textos na internet. Só quero deixar registrado que achei a matéria do “Estado de São Paulo” extremamente ridícula por chamar Lula de “populista autoritário” por “mudar a Constituição”. Lula é populista sim, (e isso não é tão ruim se pensarmos nos presidentes não-populistas que tivemos) mas se fosse autoritário esse jornal não poderia publicar uma matéria dessa. Agora começou a rolar na TV uma propaganda sobre o “monstro da censura” estar voltando. Sim, a censura é algo autoritário e terrível. Mas e quanto à distorção da verdade? Pensando que a censura é uma falta de liberdade, onde está a liberdade das pessoas de poder distinguir as distorções da verdade? As pessoas não são livres, pois não são capazes de ver o que a mídia quer mostrar para elas. As pessoas não são livres, pois na infância não tiveram uma educação que lhes proporcione senso crítico. Isso é culpa das horríveis escolas públicas que temos.
A mídia que distorce a verdade não pode falar mal do governo por querer censura-la. É o sujo falando do mal lavado.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Hitler e as palavras

Feliz ano novo, meus queridos! Hoje já é o segundo dia do ano mas ainda da tempo de desejar que vocês tenham um excelente 2010, repleto de amor, amizade e alegria! Que seus sonhos sejam realizados e que se houver momentos de tristeza, que vocês nunca se esqueçam que elas são sempre passageiros e conduzem um momento feliz a outro. Lembrem-se o que postei a alguns posts atrás, que depois das nuvens negras sempre vêem gotas de água pura e límpida.
Antes de falar de Hitler e as palavras, quero falar que no dia 31 de dezembro, meus avós maternos completaram 50 anos de casadoas. Parabéns para eles! Cinquenta anos é muita coisa... Eu acho que não teria aguentado!
Agora vamos ao assunto de hoje. Esse enorme trecho de "A menina que roubava livros" foi uma pequena história que um amigo judeu da menina escreveu para ela. Essa história me impressionou bastante. Depois comento mais sobre ela. lá vai:
"ERA UMA VEZ um homenzinho estranho que decidiu três detalhes importanes sobre sua vida:
1. Ele repartiria o cabelo do lado contrário ao de todas as outras pessoas.
2. Criaria para si mesmo um bigode pequeno e esquisito.
3. Um dia, ele dominaria o mundo.
O homenzinho perambulou por muito tempo, pensando, fazendo planos e procurando descobrir exatamente como tornaria seu o mundo. E então, um dia, saído do nada, ocorreu-lhe o plano perfeito. Ele viu uma mãe passeando com o filho. A horas tantas, ela repreendeu o garotinho até que ele acabou começando a chorar. Em poucos minutos, ela lhe falou muito baixinho, e depois disso ele se acalmou e até sorriu.
O homenzinho correu até a mulher e a abraçou. 'Palavras!' e sorriu.
'O quê?'
Mas não houve resposta. Ele já se fora.
Sim, o Führer decidiu que dominaria o mundo com palvras. 'Jamais dispararei uma arma', concebeu. 'Não precisarei fazê-lo'. Mesmo assim, não se precipitou. Reconheçamos nele ao menos isso. Ele não tinha nada de burro. Seu primeiro plano de ataque foi plantar as palavras em tantas áreas de sua terra natal quantas fosse possível.
Plantou-as dia e noite, e as cultivou.
Observou-as crescer, até que grandes florestas de palavras acabaram crescendo por toda a Alemanha... Era uma nação de pensamentos cultivados.
ENQUANTO as palavras cresciam, nosso jovem Führer plantou ainda sementes para criar símbolos, e também estas se achavam bem perto do pleno desabrochar. Era chegada a hora. O Führer estava pronto.
Convidou seu povo a se aproximar de seu glorioso coração acenando-lhe com suas palavras melhores e mais feias, colhidas à mão em suas florestas. E as pessoas vieram. Todas foram colocadas numa esteira rolante e conduzidas por uma máquina-baluarte, que lhes dava uma vida inteira em dez minutos. Elas eram alimentadas com palavras. O tempo desapareceu e elas passaram a saber tudo que precisavam saber. Ficaram hipnotizadas.
Em seguida, foram equipadas com seus símbolos, e todas ficaram felizes.
Em pouco tempo, a demanda das encantadoras palavras medonhas e dos símbolos aumentou a tal ponto que, com o crescimento das florestas, muitas pessoas se tornaram necessárias para cuidar delas. Algumas era empregadas para trepar nas árvores e jogar as palavras para as que estavam embaixo. Em seguida, as palavras eram diretamente introduzidas no restante do povo do Führer, para não falar nos que voltavam para pedir mais.As pessoas que trepavam nas árvores eram chamadas de sacudidoras de palavras.Os melhores sacudidores de palavras eram os que compreendiam o verdadeiro poder delas. Eram os que conseguiam subir mais algo. Um desses sacudidores era uma menininha magricela. Ela era famosa como a melhor sacudidora de palavras de sua região, porque sabia o quanto uma pessoa podia ficar impotente SEM as palavras.Por isso, ela se mostrava capaz de subir mais alto que qualquer outra pessoa. Desejava as palavras. Tinha fome de palavras.Um dia, porém, ela conheceu um homem que era desprezado por sua pátria, embora tivesse nascido nela. Os dois se tornaram bons amigos e, quando o homem adoeceu, a sacudidora de palavras deixou uma única lágrima cair sobre o rosto dele. A lágrima era feita de amizade - uma só palavra - e secou e se tornou uma semente e, ao voltar à floresta na vez seguinte, a menina plantou essa semente entre as outras árvores. Regou-a todos os dias.A princípio, não aconteceu nada, porém, uma tarde, ao verificar a semente, depois de um dia inteiro sacudindo palavras, a menina viu que despontara um pequeno broto. Fitou-o por muito tempo. O broto foi crescendo dia a dia, mais depressa do que todos os demais, até se transformar na árvore mais alta da floresta. Todos foram vê-la. Todos murmuraram sobre ela e esperaram... pelo Führer.Inflamado, ele deu ordens imediatas que a árvore fosse derrubada. Foi nessa hora que a sacudidora de palavras abriu caminho pela multidão. Prostrou-se sobre os joelhos e as mãos.- Por favor - exclamou -, o senhor não pode derrubá-la.Mas o Führer não se comoveu, Não podia dar-se ao luxo de abrir exceções. Enquanto a sacudidora era arrastada para longe, ele se voltou para seu homem que era seu braço-direito e fez um pedido:- O machado, por favor.Nesse momento, a sacudidora de palavras debateu-se até se libertar. Saiu correndo. Acercou-se da árvore e, enquanto o Führer golpeava o tronco com seu machado, trepou até chegar aos galhos mais altos. As vozes e as batidas do machado prosseguiram, abafadas. As nuvens foram passando - como monstros brancos de coração cinzento. Amedrontada, mas teimosa, a sacudidora de palavras continuou lá em cima. Esperou a árvore tombar.Mas a árvore não se mexeu.Passaram-se muitas horas, porém, apesar disso, o machado do Führer não conseguiu tirar uma única lasca do tronco. Num estado próximo do colapso, ele ordenou que outro homem continuasse.
Passaram-se dias.
As semanas se sucederam.
Nem cento e noventa e seis soldados conseguiram causar o menor impacto na árvore da sacudidora de palavras.
-Mas como é que ela faz para comer? - perguntavam as pessoas. – Como é que dorme?
O que elas não sabiam era que outros sacudidores de palavras jogavam mantimentos, e que a menina descia até os galhos mais baixos para recolhê-los.NEVOU. Choveu. Vieram e se foram estações. A sacudidora de palavras permaneceu. Quando o último machadeiro desistiu, gritou para ela.- Sacudidora de palavras! Você pode descer agora! Não há ninguém capaz de derrotar essa árvore!A sacudidora de palavras, que mal conseguia discernir as frases do homem, respondeu com um sussurro, entregando-o por entre os ramos.- Não, obrigada - disse, pois sabia que só ela é que mantinha a árvore de pé.Ninguém era capaz de dizer quanto tempo levou, mas, uma tarde, entrou na cidade um novo machadeiro. Sua sacola parecia pesada demais para ele. Seus olhos se arrastavam. Seus pés pendiam de exaustão.- A árvore - perguntou ele ao povo -, onde fica a árvore?
Uma plateia o seguiu e, quando ele chegou, as nuvens tinham encoberto as regiões mais altas dos galhos. A sacudidora de palavras ouviu as pessoas gritarem que chegara um novo machadeiro. Para pôr fim a sua vigília.- Ela não descerá para ninguém - diziam as pessoas.Não sabiam quem era o machadeiro, e não sabiam que ele não desanimava.O rapaz abriu a sacola e tirou uma coisa muito menor que um machado.As pessoas riram, dizendo:- Você não pode derrubar uma árvore com um martelo velho!O rapaz não lhes deu ouvidos. Apenas vasculhou sua sacola, à procura de pregos. Pôs três deles na boca e tentou martelar o quarto na árvore. Nessa época, os primeiros galhos já eram extremamente altos, e ele calculou que precisaria de quatro pregos, a fim de usá-los como apoios para os pés e chegar até lá.
- Olhem para esse idiota – rugiu um dos espectadores. – Ninguém mais conseguiu derrubá-la com um machado, e esse bobalhão acha que conseguirá com...
O homem calou-se.O PRIMEIRO prego entrou na árvore e foi fixado com firmeza, após cinco marteladas. Depois entrou o segundo, e o rapaz começou a subir. (...) Ele levou muitas horas para atingir os últimos galhos e, ao fazê-lo, encontrou a sacudidora de árvores adormecida em suas cobertas e nas nuvens. Observou-a durante vários minutos. (...).O rapaz estendeu a mão, tocou no braço dela, e a menina acordou.Ela esfregou os olhos e, depois de um longo estudo do rosto do rapaz, perguntou:- É você mesmo?Será que foi do seu rosto, pensou, que tirei a semente?O homem acenou que sim. (...)JUNTOS, os dois ficaram no topo da árvore. Esperaram as nuvens desaparecer e, quando elas se foram, puderam ver o restante da floresta.- Ela não queria parar de crescer - explicou a menina.- Nem esta aqui também - disse o rapaz, e olhou para o galho que segurava sua mão. Estava certo.Depois de olharem e conversarem bastante, os dois desceram. (...)
As pessoas mal podiam acreditar no que viam e, no instante em que a sacudidora de palavras e o rapaz puseram os pés no mundo, a árvore finalmente começou a exibir as marcas das machadadas. Surgiram machucados. Abriram-se fendas no tronco e a terra começou a tremer.(...) A árvore da sacudidora de palavras, com todos os seus quilômetros e quilômetros de altura, começou lentamente a se inclinar. Soltou um gemido e foi sugada pelo chão. O mundo sacudiu e, quando enfim tudo se acalmou, a árvore ficou estendida em meio ao restante da floresta. Jamais conseguiria destruir toda ela, porém, que mais não fosse, uma trilha de cor diferente foi escavada em seu meio. A sacudidora de palavras e o rapaz subiram no tronco horizontal. Abriram caminho por entre os galhos e começaram a andar. Ao olharem para trás, notaram que a maioria dos espectadores tinha começado a voltar para seus lugares. Lá dentro. Lá fora. Na floresta.Mas, ao seguirem andando, eles pararam várias vezes para escutar. Julgaram ouvir vozes e palavras às suas costas, na árvore da sacudidora de palavras.”

(A sacudidora de palavras)
A menina que roubava livros
Markus Zusak

Essa história me fez pensar na força das palavras. Eu já sabia que as palavras podiam provocar emoções. Entre outros livros, esse me fez companhia, me fez chorar e me confortou. E eu, como escritora, também tenho um ideal de que minhas palavras toquem o coração das pessoas. Eu tinha uma certa esperança de que meus livros pudessem passar uma mensagem boa para as pessoas, que eles conseguissem encorajar as pessoas a não se conformar com os problemas, sejam eles pessoais ou de todo o mundo e que as pessoas pudessem concretizar seus sonhos e tornar todos mais felizes.
Agora penso que as palavras têm realmente muita força, que as palavras de Hitler convenceram milhares de pessoas a fazer coisas desumanas. Isso porque Hitler tinha certeza de que o que ele estava fazendo era certo, que matar pessoas e torturá-las valia a pena para alcançar o ideal do sangue puro alemão.
Se as palavras podem fazer coisas tão más, elas também devem ter força para fazer coisas boas. Só é preciso acreditar num ideal e acreditar na força delas.
E seguir em frente.