domingo, 23 de agosto de 2009

Análise de livro: O Evangelho Segundo Jesus Cristo - José Saramago

Eu sei que esse blog foi feito só para eu colocar frases para serem analisadas, porém, achei que o livro é digno de uma análise de todo ele. Coloquei aqui quatro vídeos para vocês conhecerem melhor o autor.
http://www.youtube.com/watch?v=4XDmsXWlDqE

http://www.youtube.com/watch?v=KukaoWu00Uw
http://www.youtube.com/watch?v=_MmtA2aQjFQ
http://www.youtube.com/watch?v=m1nePkQAM4w
Muito bem. Agora deu pra ter uma noção de como é o Senhor José de Sousa Saramago. Às vezes é preciso conhecer o autor para entender o livro.
Uma coisa indiscutível é que o livro tem frases muito boas. É só dar uma olhada pelo meu blog que você pode encontrar as que mais me chamaram a atenção. As frases de Saramago muitas vezes me fazem refletir e filosofar.
Outra coisa, enquanto lia o livro e até depois de ter lido, sempre perguntava à minha mãe como estava na bíblia tal coisa e coisa e tal. Muitas vezes me surpreendia que era bem parecido com o que estava na bíblia. Sinal de que Saramago a leu para escrever o livro.
Mas o que mais me surpreendeu foram coisas que saíram da fonte infinita de imaginação do autor, que não tinham nada parecido na bíblia. O final é simplesmente maravilhoso. Quando o li, tive verdadeiras convulsões! Gritei, joguei o livro (e meu celular também) longe, e até xinguei o autor por me surpreender tanto! Não consigo descrever esse momento, acho que quem já leu um livro do Saramago pode me entender (quando li o final de O Homem Duplicado também tive convulsões, por isso, imagino que os outros também sejam surpreendentes!).
Mas agora chega de elogios.
Esse livro foi censurado, com a desculpa que “feria a Igreja Católica”. Essa censura não tem fundamento algum, pois logo na primeira página está escrito algo como “essa história é pura ficção”. Ou seja, José Saramago nunca disse que esse livro contava um história real, até porque ele é ateu.

É pura Literatura.

Nada mais.

Sendo ateu, fica claro que esse livro é uma crítica. (Ok, estou parecendo contraditória aqui, pois acabei de falar que a censura não tem fundamento, mas deixe-me lhe explicar: Ele criticou, mas não afirmou que aquilo era verdade) Num dos últimos capítulos há uma lista de umas cinco páginas de pessoas que morreram em nome de Deus. É de assustar, pois são muitas pessoas e o nome delas não era ficção. Saramago realmente pesquisou um pouco de cada pessoa. Ele diz que Deus é pura imaginação das pessoas, e diz que matar em nome de Deus é tornar Deus um assassino. Claro que, não acreditando na existência Dele, Saramago está criticando a Igreja (e principalmente a Católica, por ser a maior e a mais poderosa hoje e durante toda sua História).
No blog dele, tem um texto que diz que se todos fôssemos ateus, não haveria guerras, pois não haveria desacordos religiosos. Eu não concordo. Os culpados pelas guerras são os homens, e não suas religiões. Ele mesmo disse que matar em nome de Deus é tornar Deus um assassino. Se todos pensassem assim, acho que aí sim não haveria guerra, pois ninguém quer tornar Deus um assassino. Não é?
Mesmo com tantas críticas, Saramago não me convenceu a ser ateia. Primeiro porque suas críticas foram para a Igreja Católica (não há como criticar algo que não existe). E da Igreja Católica, eu já não gostava (desculpem-me os católicos, mas como o autor do livro mesmo disse, não da pra ser católico depois da Inquisição!)! Segundo porque não é qualquer um que consegue mudar meu ponto de vista sobre qualquer coisa. Eu procuro sempre enxergar tudo com um olhar crítico, não seria diferente com o maravilhoso livro de Saramago.
Então, acho que é isso. Não me lembro de mais nada que pensei durante minha leitura. Terminei há mais de um mês (levei dois meses para ler). Se faltou algo, provavelmente não tem importância. O livro é muito bom. Imperdível. O tipo de livro que não se pode morrer sem ler. Porém, não se pode ler sem olhar crítico.
Novamente, para reforçar,

É pura Literatura.

Nada mais.

4 comentários:

  1. Eu definiria José Saramago com o título do livro de Nietzsche, "Humano demasiado humano"
    e não com o rótulo erroneamente dado pela sociedade preconceituosa que adora rotular os diferentes e todos os que se destacam pela sua magnitude intelectual. Para Saramago e Fernando Pessoa eu deixo as minhas inesgotáveis saudações. eles são:
    sim-ples-men-te in-crí-veis...

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  2. É maravilhoso sentir um leitor transmitir com tnt evidência q se identica com os pensamentos de um escritor.Por ex: Mousahrt x Saramago.
    Vc não exita em declarar: Encontrei o escritor q tnt procurava, concordo c tudo, até com as vírgulas!!Só restou um comentário sobre o livro "Caim"!!!.
    Um cheiro.

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  3. Este, certamente, foi um dos livros que mais me impactaram. Mas, da mesma forma como aconteceu com você, não me fizeram deixar de acreditar em Deus.Não pertenço a nenhuma religião, aliás, elas realmente fazem mais mal do que bem, incentivadoras que são da discordia. Gostei muito desse livro que, na minha opinião, faz refletir sobre a divindade e a crença cega.

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