sábado, 26 de setembro de 2009

LIBERDADE X DETERMINISMO

Olá, amiguinhos!
Hoje vou colocar um texto filosófico que trabalhamos na aula de filosofia.
“LIBERDADE X DETERMINISMO
“Me sinto livre como um pássaro...”
Essa expressão, dita depois de uma situação de constrangimento, não passa de uma metáfora. Porque os pássaros não são livres, mas agem regulados pelo instinto de sobrevivência típico de sua espécie. Não vão para onde querem, mas para onde precisam ir, a fim de continuar existindo.
O filósofo alemão Kant brinca muito com essa ideia de “liberdade” do pássaro, imaginando uma pomba ágil, indignada contra a resistência do ar que a impediria de voar mais depressa. Na verdade, é justamente essa resistência que lhe serve de suporte, pois seria impossível voar no vácuo. Se o voo livre do pássaro é uma ilusão, da mesma forma podemos dizer que incorremos em engano semelhante ao nos considerarmos capazes de liberdade absoluta.
O princípio do determinismo, segundo o qual tudo que existe no mundo está sujeito à lei da casualidade. A ciência só é possível porque o conhecimento da relação necessária entre causa e efeito – isto é, o conhecimento dos determinismos naturais – leva a descobertas das leis da natureza e permite que sejam feitas previsões e desenvolvidas as técnicas.
Não há como negar que também o ser humano se acha preso a determinismos: tem um corpo sujeito às leis da física e da química, é um ser vivo que pode ser compreendido pela biologia. Por isso, já no século XVIII, os materialistas franceses D’’Holbach e La Mettrie reduziram os atos humanos a elos de uma cadeia causal universal.
No século XIX, o filósofo francês Taine, discípulo de Augusto Conte, afirmava que não somos livres> mas determinados pelo momento, pelo meio e pela raça. Essa concepção influenciou os intelectuais daquele século, inclusive a literatura naturalista. No Brasil, ao lermos “O cortiço” e “O mulato” de Aluísio de Azevedo, identificamos as “forças incontroláveis” do meio e da raça agindo de forma inexorável no comportamento das pessoas.
Herdeiros dessa visão determinista, Watson e Skiner, psicólogos contemporâneos da corrente comportamentista, admitem que o ser humano tem a ilusão de ser livre, mas na verdade apenas desconhece as causas que atuam sobre ele. A ciência do comportamento humano. Aliás, esse é o tema de um romance de Skiner, Walden II, em que uma equipe de cientistas do comportamento dirige uma cidade utópica.
Mesmo sem adotar posições tão extremas, temos de admitir a existência dos determinismos. Por exemplo, na atividade psíquica normal e cotidiana, na qual entramos em contato com o mundo – conhecendo e efetivamente reagindo -, atuam mecanismos da inteligência humana tais como a memória, invenção, intuição, abstração e assim por diante.
Além dos determinismos psicológicos, podemos apresentar os culturais: ao nascer encontramos um mundo já constituído e recebemos como herança a moral, a religião, a organização social e política, a língua, enfim, os costumes que de certa forma moldam nossa maneira de sentir e pensar.
Os defensores da liberdade humana consideram que não somos apenas o resultado inevitável da situação dada, porque, como seres conscientes, ao tomarmos conhecimento das causas que atuam sobre nós, somos capazes de uma ação transformadora a partir de um projeto de ação. Deixamos de ser passivos para sermos ativos.
Podemos concluir que a liberdade não é alguma coisa que é dada, mas resulta de um projeto de ação. È uma árdua tarefa cujos desafios nem sempre são bem suportados, daí resultando os riscos de perda da liberdade. Os descaminhos da liberdade surgem quando ela é sufocada à revelia do sujeito – tal como os casos de escravidão, prisão injusta, exploração do trabalho, governo autoritário – ou quando nós próprios a ela abdicamos, seja por comodismo, medo ou insegurança.
Construir a liberdade, porém não é um trabalho solitário, realizado por indivíduos isolados. Os grupos da sociedade civil são importantes como formadores de consciência e instigadores a ação coletiva no sentido de garantir a expressão dos diversos tipos de liberdade.”
Reni Roberto Faria
(professor de filosofia)
Agora, meus amigos, eu deveria, pelo costume desse blog, escrever o que eu penso sobre o assunto. Mas dessa vez vou deixar vocês pensarem. Vamos nos divertir um pouco. O professor deixou algumas questões sobre o texto e eu vou passá-las para vocês. Não precisa postar as respostas por comentário e nem revelá-las para ninguém. Só quero que vocês pensem. Se preferirem guardem as respostas para vocês, mas não deixem de respondê-las.
1) Você acredita se LIVRE?
2) Você acredita que realmente podemos fazer o que queremos fazer?
3) Cite algo que gostaria de fazer e que devido ao determinismo não é possível.
4) Qual das duas linhas você acredita?

Outro dia eu colocarei as minhas respostas aqui. Vamos lá, pensem, reflitam, filosofem, divirtam-se!

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

História

Olá, amiguinhos!
Consegui arranjar um tempinho para postar rapidinho...
“A História é vital para a formação da cidadania porque nos mostra que para compreender o que está acontecendo no presente é preciso entender quais foram os caminhos percorridos pela sociedade.”
Boris Fausto
E é por isso que eu amo História!

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Um pequeno comunicado

Olá, amigos! Ando meio atolada de coisas pra fazer e por isso estou sem tempo para postar! Quando tiver tempo, voltarei a escrever aqui.
Agradeço a compreensão de todos, e até outro dia!

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

O sonho dentro do sonho

Olá, amiguinhos! Colocarei aqui em baixo um texto que adorei, que achei no blog de um autor.

“Marisia sempre teve o dom de sonhar bem. Seus sonhos têm começo, meio e fim, as cores claras e belas, têm nomes e lugares exatos, têm rumo e destino, dosam tristeza e alegria nos seus tamanhos certos e têm sempre a generosidade desabrida de estar vivos na hora em que Marisia acorda.E talvez seja isso o que mais a fere: acordar destes sonhos multicores e tê-los próximos e doloridos durante todas as solitárias horas de seus dias em preto-e-branco.Então que, numa noite qualquer em que já se preparava para dormir, o copo de água acomodado no criado-mudo, Marisia teve a idéia de salvar seus dias: tentaria, no sonho, encontrar o par perfeito.O par perfeito chamava-se Osvaldo e encantou ainda mais o sonho de Marisia. Esta, quando acordou, descobriu que era feliz: sabendo escolher os motivos de seus sonhos, seus dias monótonos serviam apenas como intervalos às noites coloridas.Atravessou a claridade do dia aos sobressaltos, lembrando de Osvaldo a cada minuto e torcendo para que a noite e os sonhos chegassem logo. À hora de dormir, sorrindo em sua camisola nova, lembrou-se de ordenar a si mesma que sonhasse novamente com o par perfeito.Osvaldo esperava por ela à beira do sonho, abraço estendido. Percorreram a noite como se houvessem nascido amantes e despediram-se às novas luzes da manhã, apenas quando Marisia já não conseguia mais sustentar o sono. À hora exata em que acordou, ela ainda sentia em sua boca o peso quente dos lábios de Osvaldo.Assim todos os últimos dias, as noites cada vez menos bastas à felicidade do par perfeito, sete horas de sono que pareciam duas, o despertador insensível interrompendo juras de amor, Marisia recomeçando todos os dias o sofrimento da longa espera.Foi quando ela achou que era a hora de ficar para sempre com o amor de sua vida e decidiu sonhar que não acordava mais.Desde então, ambos vivem no sonho de Marisia um idílio sem faltas. Até quando ela seguirá neste sono inacabável, ninguém sabe – mas, enquanto isso, os dois são felizes.”
Henrique Schneider