quarta-feira, 14 de outubro de 2009

The wall

Hoje eu ia colocar uma frase de Júlio Verne e refletir sobre o que ela tratava. Mas assisti há algumas horas a uma reportagem no jornal e fiquei indignada. Por isso, mudei de ideia e vim protestar aqui no meu blog.
A reportagem falava de um muro que vão construir no Rio de Janeiro, que separará a favela do resto da cidade. Nesse muro ainda colocarão fotos do Pão de Açúcar e de outros cartões postais da cidade. Tudo isso para mascarar a miséria das favelas e, como os planejadores disseram, “proteger as pessoas”.
Claro que “as pessoas” são os estrangeiros que virão em 2016 para a Olimpíada. E o “proteger”, na verdade é só protegê-los de enxergar a REALIDADE BRASILEIRA, até porque o muro não será à prova de balas.
O que me deixa mais indignada é que colocarão imagens bonitas! Realmente serão máscaras!
Agora me digam, custa construir casas decentes para essas pessoas que moram nas favelas? Custa? Sim, pior que custa! Mas é para isso que servem os impostos, porra!
Desculpem-me as palavras, mas estou puta com isso, caralho!
Eu sei que algumas pessoas que moram nas favelas não devem pagar impostos, mas primeiro, elas são pessoas e merecem casas decentes e segundo, estamos pensando no progresso de todo o país encarando os problemas de frente e não mascarando-os!
Se o governo pensasse no futuro, e estou dizendo do futuro mesmo e não de um futuro de sete anos, ele construiria casas de verdade para essas pessoas, porque isso sim deixaria a cidade REALMENTE maravilhosa.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Monopólio

No ano passado, li um livro muito bom chamado “Admirável Mundo Novo” de Aldous Huxley. Hoje estou lendo o “Regresso ao Admirável Mundo Novo” do mesmo autor. Na verdade, eu comecei a ler em julho e ainda não terminei (mesmo sendo o livro pequeno), porque tenho o péssimo costume de ler vários livros ao mesmo tempo e acabo demorando muito para terminá-los. E não adianta, eu não consigo parar. Às vezes me deparo com um livro que me interessa e quando percebo, já estou lendo, mesmo que tenha outros quatro já começados... Simplesmente não consigo não ler!

Mas continuando, no “Admirável Mundo Novo”, Huxley mostra uma sociedade totalmente desigual e controlada pelo prazer. Mas como controlada pelo prazer? É bem simples. Existia uma droga, o “soma” que era tomada por todos para amenizar todos os tipos de dor. Isso é controlar uma sociedade pelo prazer.

Isso me leva a pensar se nossa sociedade não é assim também. E pensar só um pouquinho já é o bastante para dizer “Sim”. Acho que algum dia vou ler este livro novamente e quando estiver com ele fresquinho na cabeça, vou fazer uma análise do mesmo. Mas agora não estou aqui para fazê-la. O que vim fazer aqui é passar uma frase de “Regresso ao Admirável Mundo Novo”. Nesse livro, o autor faz uma análise da sociedade e escreve o que pode levá-la a um mundo como o Admirável. Lá vai uma frase que me chamou a atenção:

“Além disso, a produção em larga escala não pode funcionar sem uma distribuição em grande escala; a distribuição em grande escala apresenta problemas que só os maiores produtores podem resolver razoavelmente. Em um mundo de produção e de distribuição em grande escala os Pequenos, com o seu fundo insuficiente de capital operante, vêem-se em grande desvantagem.
Em competição com os Grandes perdem o seu capital e, finalmente, a sua própria existência como produtores independentes; os Grandes engoliram-nos. Quando os Pequenos desaparecem, é cada vez maior o poder econômico que passa a ser manipulado por mãos cada vez menos numerosas. Sob uma ditadura, o Alto Negócio, tornado realizável pelo progresso tecnológico e pela conseqüente ruína do Pequeno Negócio, é controlado pelo Estado – isto é, por um grupo pequeno de chefes políticos e de militares, polícias e funcionários civis que lhes executam as ordens. Numa democracia capitalista, como os Estados Unidos, é controlado pelo que o Prof. C. Wright Mills chamou a Elite do Poder. Esta Elite do Poder emprega diretamente milhões de unidades de mão de obra do país nas suas fábricas, escritórios e armazéns; controla muitos milhões de outros homens, emprestando-lhes dinheiro para adquirirem os seus produtos e, pela sua posse dos meios de comunicação com as massas, influencia os pensamentos, sentimentos e ações de quase toda a gente. Relembrando as palavras de Winston Churchill, nunca tantos foram dirigidos por tão poucos.(...)Vemos, pois, que a tecnologia moderna tem conduzido à concentração do poder econômico e político, e ao desenvolvimento de uma sociedade controlada (inflexivelmente nos Estados totalitários, polida e imperceptivelmente nas democracias) pelo Alto Negócio e pelo Alto Governo.”
Regresso ao admirável mundo novo
Aldous Huxley

Vou tentar esclarecer um pouco essa passagem, pois acho que fica um tanto complexa para entender para quem não leu o livro desde o começo. O autor começa falando da Superpopulação. Nós já sabemos que o planeta está lotado de tanta gente. Por isso, as indústrias devem produzir em larga escala para suprir as necessidades das pessoas. Isso acabou com os pequenos produtores incapazes de produzir tanto; o que gerou um MONOPÓLIO.

Consequentemente, cria-se um controle das massas (lembra-se do soma?). Controla-se os pensamentos das pessoas e então fazem-nas querer comprar cada vez mais. Então o poder dos grandes produtores aumenta e isso vira um círculo contínuo.

O controle das massas é um grande problema. Estávamos falando de LIBERDADE E DETERMINISMO dois posts atrás. E é isso mesmo. As pessoas estão cada vez menos livres para pensar graças ao monopólio das grandes marcas.

A única solução é, como já disse, aceitar a existência do DETERMISMO. Como fazer isso? Conscientizando as pessoas! Se todas as pessoas se conscientizassem, o mundo seria um paraíso terrestre.

Eu já disse que o que traz a consciência é o estudo. Eu já perdi as contas de quantas vezes falei isso. Mas esse círculo contínuo é regido por pessoas muito poderosas. Tão poderosas que se quisessem poderiam mudar a situação. E elas querem? É claro que não! Nunca em toda a História houve alguém no poder que quisesse mudar radicalmente as coisas. Se você sabe de alguém, por favor me conte, pois essa pessoa é única. Podemos citar alguns revolucionários, que tal Stálin? Certo, ele e Lênin fizeram um revolução socialista e podem ter melhorado a situação das pessoas. A desigualdade pode ter diminuído, mas as pessoas continuavam pobres. E Stálin estava muito confortável em sua casa. Na Revolução Cubana, por exemplo, as pessoas passavam fome, mas os irmãos Castro podiam comer o quanto quisessem. Quanto ao meu amado Che Guevara, acho que estava um tanto cego pelo seu ideal socialista. Tanto que tentou espalhar o socialismo pela América do Sul. Por isso ele não estava ligando se a população estava passando fome. Se estava, pelo menos TODOS estavam passando fome (isso é que é igualdade!). Agora chega de falar em revoluções socialistas, vamos falar um pouco do Brasil: Getúlio Vargas. Sim, ele foi um grande cara, pois começou a industrializar o país e superou a crise de 1929. Só que ele não fez uma coisa que, infelizmente, ninguém fez até agora: A Reforma Agrária!

Está parecendo que eu fiz uma grande digressão aqui, mas era aqui mesmo que eu queria chegar, pois os latifúndios não deixam de ser um monopólio. Uma coisa que resolveria pelo menos as parte agrária do círculo contínuo do monopólio, seria a distribuição das terras. Lembra-se que eu falei que ninguém do poder teve o interesse de resolver esse problema? Na verdade, aqui no Brasil, teve um cara que propôs a Reforma Agrária sim: João Goulart. Também conhecido como Jango. E o que aconteceu quando ele propôs as reformas de base? Vieram uns f. d. p. de uns militares e instalaram a ditadura!

Uma grande “coincidência” é o caso de Manuel Zelaya. Ele também propôs a Reforma Agrária em Honduras e aconteceu a mesma coisa, vieram uns f. d. p... Agora como todos sabem, ele está no Brasil.

Como eu estava dizendo, a educação é a solução. E é por isso que a educação pública é péssima! Por isso que eu pretendo votar em 2010 nos candidatos que priorizarem, ou pelo menos colocarem como uma de suas prioridades, a educação.

Simplesmente porque a educação é a solução de todos os problemas.

Simplesmente porque a educação é o caminho para o futuro.

Vamos lá, Brasil, Educação, Ordem e Progresso!

domingo, 11 de outubro de 2009

Chuva


“Jamais se desespere em meio às mais sombrias aflições da sua vida, pois das nuvens mais negras cai água límpida e fecunda.”

Provérbio chinês

sábado, 10 de outubro de 2009

Se conhecer e conhecer os outros

Outro dia, li um conto do Saramago que achei muito bonitinho. Recomendo a leitura. Minha mãe leu, foi o primeiro trabalho do autor que ela leu e ela gostou. Acho uma boa pedida pra quem quer conhecer os trabalhos do autor, mas ainda tem preguiça de ler um livro inteiro (que geralmente é grande!). A pesar de pequeno, encontrei duas frases que achei interessante e vou passar pra vocês. A primeira está aqui em baixo; a segunda eu não sei ainda quando vou colocar.
“Se não sais de ti, não chegas a saber quem és, O filósofo do rei, quando não tinha que fazer, ia sentar-se ao pé de mim, a ver-me passajar as peúgas dos pajens, e às vezes dava-lhe para filosofar, dizia que todo o homem é uma ilha, eu, como aquilo não era comigo, visto que sou mulher, não lhe dava importância, tu que achas. Que é necessário sair da ilha para ver a ilha, que não nos vemos se não nos saímos de nós”
O conto da ilha desconhecida
José Saramago
Interessante essa passagem. Há uns oito posts eu disse que nunca tive a certeza de quem eu era e que achava que nunca saberia (Não sei se nessas palavras, mas acho que foi algo parecido.). Pois bem, isso talvez porque eu nunca tentei sair de mim para poder me conhecer. Mas como se faz isso?
Entretanto, existe um fato que me deixa muito reflexiva; que para que eu escreva o meu livro, me coloco no lugar do narrador (no caso do meu livro atual, narradora). Ou seja, para eu conhecer melhor o personagem tento entrar nele. Quando entro no personagem eu consigo sentir o que ele está sentindo, mas será que consigo conhecê-lo? Estou te deixando confuso(a)? Provavelmente, porque eu também estou confusa!
Então vamos organizar os pensamentos:
1) Para se conhecer é preciso sair de si mesmo.
2) Para conhecer os outros é preciso estar no lugar dos outros.

Isso faz sentido? Por que no caso de se conhecer é preciso fazer uma coisa e para conhecer os outros é preciso fazer o inverso? Eu não sei!
Mas eu sei que estou no meu lugar e não me conheço. Por isso acho que para me conhecer talvez seja bom que eu saia de mim. Por outro lado, como acredito na relatividade das coisas, acredito que cada um tem uma visão de mundo diferente e por isso para entender a ação dos outros, me coloco no lugar dos mesmos.

Bom, então é isso. Espero que eu não tenha confundido a sua cabeça.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

LIBERDADE X DETERMINISMO (Parte II)


Olá, amiguinhos! Como vão vocês? Eu estou bem, principalmente porque tenho uma semana sem aula! Vai dar pra dormir bastante! He He He...
Enfim, vamos ao que interessa. Vocês responderam àquelas quatro perguntinhas que eu deixei no post passado? Bom, vou colocar as minhas respostas aqui, vejam se concordam comigo.
1) Você acredita ser LIVRE?
Sim.

2) Você acredita que realmente podemos fazer o que queremos fazer?
Não. Mas podemos pensar no que queremos pensar. Acho que esse tipo de liberdade é muito mais importante que o outro. Infelizmente, esse “podemos” ainda não pode ser conjugado por todas as pessoas.

3) Cite algo que gostaria de fazer e que devido ao determinismo não é possível.
No começo deste ano, quando estávamos estudando Simbolismo na aula de literatura, a professora Ilda nos passou o seguinte poema:
“Ismália

Alphonsus Guimarães

Quando Ismália enlouqueceu
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu
Outra lua no mar
(...)
E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu
Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...”

Concluí com este poema que a loucura de Ismália libertou-a, pois a fez voar. Para as pessoas “presas na sanidade”, ela simplesmente morreu, mas para Ismália ela estava voando.
Pois bem, eu queria voar também, mas o determinismo não me permite. Porém, se um dia eu ficar louca, eu poderia voar, e o determinismo não significaria nada para mim.
Outro caso curioso: Segundo os cientistas, o besouro não poderia voar, pois não tem forma aerodinâmica, suas asas são demasiadamente pequenas em proporção ao corpo e seu cérebro não é capaz de realizar ação tão complexa. Mas ele não pensa nessas preocupações e sai voando por aí!

4) Qual das duas linhas você acredita?
Nas duas! Nascemos com uma e conquistamos a outra.


Bom, são essas as respostas que entreguei ao professor. Mas agora vou um pouco mais além aqui no meu blog.
Pra mim, a verdadeira liberdade é a liberdade do pensamento. Pensando que o conceito de liberdade é este, então você poderá dizer que somos todos livres, pois podemos pensar do que quisermos. Mas será que podemos mesmo?
Vou dar um exemplo simples. Nós brasileiros adoramos futebol. Não adianta você me dizer que não gosta e que nem tem time. Mas o que faz na copa do mundo? Todos os brasileiros sem exceção vibram e torcem na copa do mundo. Não tem jeito. Então, todos os brasileiros amam futebol. Mas não fomos livres para escolher o amor pelo esporte, simplesmente nascemos em um país em que todos amam futebol e, é impossível você crescer em um país assim sem se contagiar. Impossível.
Por isso, digo que a maioria das pessoas não é livre, pois não se da conta que pensa em coisas por estar condicionada a pensar.
A Liberdade se conquista. Quando você se dá conta que o Determinismo existe, ou seja, que você é determinado a pensar em certas coisas (além do futebol, um exemplo bom é a moda), você começa a ser livre. Eu acho que você não precisa parar de gostar de futebol para ser livre. Só precisa saber conscientemente que as pessoas não foram livres para gostar de tal esporte. Depois que você percebe isso, você conquista a Liberdade de escolher amar ou não o futebol.

Então, se você quer ser livre, analise a sociedade. Eu recomendo que você estude matérias na área de Humanas para isso. Filosofia, Sociologia, e História principalmente. Mas acho que Geografia e Literatura também podem ajudar.

É isso.
Aceite a existência do Determinismo e seja bem-vindo à Liberdade!