quinta-feira, 21 de abril de 2011

Quantos Césares fui

Olá, amiguinhos!

Nessa quarta-feira eu fiz um teste "Que poema de Fernando Pessoa você é?" e o resultado foi o texto a seguir. Quando eu li pela primeira vez, não me enxerguei nele. No dia seguinte vi que ele tem muito de mim!


"A vida é para nós o que concebemos dela. Para o rústico, cujo campo próprio lhe é tudo, esse campo é um império. Para o César cujo império lhe ainda é pouco, esse império é um campo. O pobre possui um império; o grande possui um campo. Na verdade, não possuímos mais que as nossas próprias sensações; nelas, pois, que não no que elas vêem, temos que fundamentar a realidade da nossa vida. Isto não vem a propósito de nada.



Tenho sonhado muito. Estou cansado de ter sonhado, porém não cansado de sonhar. De sonhar ninguém se cansa, porque sonhar é esquecer, e esquecer não pesa e á um sono em seus sonhos em que estamos despertos. Em sonhos consegui tudo. Também tenho despertado, mas que importa? Quantos Césares fui! E os gloriosos, que mesquinhos! César, salvo da morte pela generosidade de um pirata, manda crucificar esse pirata logo que, procurando-o bem, o consegue prender. Napoleão, fazendo seu testamento em Santa Helena, deixa um legado a um facínora que tentava assinar a Wellington. Ó grandezas iguais à da alma da vizinha vesga! Ó grandes homens da cozinheira de outro mundo! Quantos Césares fui, e sonho todavia ser.



Quantos Césares fui, mas não dos reais. Fui verdadeiramente imperial enquanto sonhei, e por isso nunca fui nada. Os meus exércitos foram derrotados, mas a derrota foi fofa, e ninguém morreu. Não perdi bandeiras. Não sonhei até o ponto do exército, onde elas aparecessem ao meu olhar em cujo sonho há esquina. Quantos Césares fui, aqui mesmo, na Rua dos Douradores. E os Césares que fui vivem ainda na minha imaginação; mas os Césares que foram estão mortos, e a Rua dos Douradores, isto é, a Realidade, não os pode conhecer.


Atiro com uma caixa de fósforos, que está vazia, para o abismo que a rua é para além do parapeito da minha janela alta sem sacada. Ergo-me na cadeira e escuto. Nitidamente, como se significasse qualquer coisa, a caixa de fósforos vazia soa na rua que se me declara deserta. Não há mais som nenhum, salvo os da cidade inteira. Sim, os da cidade dum domingo inteiro - tantos, sem se entenderem, e todos certos.


Quão pouco, no mundo real, forma o suporta das melhores meditações. O ter chegado tarde para almoçar, o terem-se acabado os fósforos, o ter eu atirado, individualmente, a caixa para a rua, mal disposto por ter comido fora de horas, ser domingo a promessa aérea de um poente mau, o não ser ninguém no mundo, e toda a metafísica.

Mas quantos Césares fui!"


Livro do Desassossego

Bernardo Soares

(Fernando Pessoa)



















Antes de entrar no Curso eu havia assistido: 584 filmes

Depois que entrei no Curso, até agora, assisti: mais 22 filmes

Destes, por causa do Curso, assisti: 13 filmes

Daqueles, por minha vontade, assisti: 9 filmes









sexta-feira, 1 de abril de 2011

Mentira

Olá, pessoas!

No último post eu falei das diversas verdades que podem existir. Não é? Pois bem. Hoje falarei das mentiras.
Por incrível que pareça, eu não planejei escrever sobre a mentira hoje, dia da mentira. Na verdade já faz alguns dias que eu queria escrever, mas não tive tempo. E até que foi bom porque serviu como uma luva para hoje heim?

Sim, caiu como uma luva hoje e acho que esse assunto vai cair como uma luva por muito tempo na minha vida. Sabem porquê? Vou contar.
Outro dia eu assisti a um filme chamado "O Primeiro Mentiroso" (é bem fraquinho o filme, não recomendo não) que mostrava um lugar onde as pessoas não contavam mentiras. O personagem principal trabalhava numa indústria de filmes, mas nos filmes não podia haver interpretação porque os atores estariam falando "mentiras". Não havia atores, pois eles são mentirosos. Os filmes eram feitos com um cara chato lendo uma história. E a história não era uma história fictícia, porque histórias fictícias são mentiras. Nos filmes o cara lia História (sim, História, com H maiúsculo).
Apesar do filme (O Primeiro Mentiroso) ser bem fraquinho, ele disse uma verdade:
As artes são mentiras.
Estamos estudando coisas parecidas nas aulas.
Nas aulas de Teoria da Literatura, por exemplo, vimos que Aristóteles disse que todas as artes são imitações. E imitações são mentiras. São?
Bem, na aula de Linguagem Cinematográfica houve uma questão: O Cinema seria a Reprodução da Realidade ou simples Criação Artística? Bem, eu acho que é as duas coisas. Mas não importa, porque ambos são mentiras.

Agora nós podemos voltar a um dos primeiros posts deste blog.

Um escritor conta mentiras para mostrar a verdade, um político conta mentiras para esconder a verdade.”
V de Vingança

Sem mentiras, não haveria arte. Portanto, que bom que elas existem!











Curioso eu recordar hoje de um dos primeiros posts. Outro dia, eu observei, vendo posts antigos, o quanto que eu mudei de 2009 para 2010. Vocês podem reparar que existe uma certa mudança no estilo dos posts. Então eu pensei em observar se eu mudaria este ano e vejam só, retornei ao post de 2009! Bem, mas eu tenho certeza que mudarei este ano. Para observar a minha mudança, além de ler as postagens, também vou registrar o número de filmes que eu assisto. Reservei esse espacinho para por a quantidade de filmes vistos no meu Filmow antes e depois de entrar no curso.
Antes de entrar no curso eu havia assistido: 583 filmes
Depois que eu entrei no curso, até agora, assisti: mais 11 filmes
Destes, por causa do Curso assisti:5 filmes
Daqueles, por minha vontade, assisti: 6 filmes